AURORA NO CREPÚSCULO

Supersônico, o vórtice letal está a galope:

Sinto a sua fragrância lancinante

Pairar sobre as redondezas

Do nosso cangote.

Belicosidade e ganância

São seu ultimato,

O mais dantesco aviso prévio:

A senha para convergirmos

Concomitantemente ao mesmo cemitério raso.

Desejo que saibamos

Da universalidade do sol:

Sua majestade brilha para todos,

Não se restringe tão-só

A alguns poucos rouxinóis.

Ah, mas a cegueira

Nos vegetaliza a mente:

Os pensamentos, como

Prole da livre fluência,

Entram em estado de animação suspensa,

Tornando-se permeáveis

Á ruína de tudo o que seja sinfonia

Da autônoma consciência.

Todavia a esperança persiste:

Embora viva mutilada,

Ela sonha que um dia

Tocará o arco-íris,

Transformando-o

Na sua mais cara

E egrégia harpa.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

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JESSÉ BARBOSA
Enviado por JESSÉ BARBOSA em 28/12/2009
Código do texto: T1999287
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