“Maltrapilho”
(Luiz Henrique)

Resulta incomodo o maltrapilho
Cujo rosto não nos atrevermos olhar
Na nossa habitual frieza e descaso
Por mais que à imaginação se de aso
Jamais conseguiremos
Por detrás das rotas vestes do andarilho
Um ser humano enxergar

Se, por um breve instante que seja
Refletirmos a respeito
De quem já foi, o que faz, o que almeja
Do por que a marquise é seu leito
Quais razões o afastaram da família
E o fizeram vagar pelo mundo
E o tornaram apenas - reles vagabundo

Se, por um breve instante que seja
Pensarmos que naquele corpo sujo, sem banho
Há sangue vermelho que corre e lampeja
Causa arrepio e o susto se faz tamanho
Pela possibilidade de por uma peça do destino
Seu sangue ou órgãos vitais em fluídica operação
Serem transfundidos ou transplantados
Permitindo da vida a salvação
Do seu menino


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* Minhas homenagens e respeito a todas as pessoas que doam sangue, plaqueta e órgãos.