Nada restou , não existia nós!

Nada restou...nem sentimentos contidos

Não restou bens materiais

Não restou respeito

Não restou vergonha

Não restou nem a aliança

Que de tão fina, partiu.

Restou um monde de dívidas

Todas colocadas deliberadamente no meu nome

Outras no nome da minha mãe

Um carro moído,

Ocupando lugar e alienado,

Os filhos que sempre cuidei.

Para ti, apenas a alegria de partir...

O que fazer quando nada mais resta ?

Para nós que já era difícil , torou-se impossível

Não sentirei pena de ti...

Pela primeira vez, ousarei sentir pena de mim.

Enganada por um Bandoneon e por tanto anos

Certamente hoje eu sei, possues:

O coitadinho de mim, que herdasses da sua mãe

E o Gardelon enganador, que herdastes do teu pai.

Pode erguer a cabeça Narciso Impoluto

Vai seguir teu caminho enganando outras pessoas

Por bondade aqui ficastes até acabares com tudo

Se deixasse, levavas meu cerebro,

Era tudo o que querias!

Vá Gardelon, vá feliz

E quando me encontrares, seja discreto,

Por solidariedade, vergonha , ou um pingo de dignidade

Uma vez na vida

Finjas que não me vistes!

Flor do Córrego
Enviado por Flor do Córrego em 27/01/2010
Reeditado em 27/01/2010
Código do texto: T2053589
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