A mesa vazia e limpa,
Ainda há talheres na pia.
A mesa suja e podre,
Há muito, a fome via.
 
Entre amores, sozinha,
Tinha apenas favores.
Nua aparentemente,
Cobria-se de dores.
 
Poeta de mãos calejadas,
Um silêncio profundo.
Só sonhava madrugas,
Ouvir-te: - Vagabundo!
 
Chorar a dor do futuro,
Um sabor de covardia.
Uma luta sem luta,
Um poema sem magia.
 
São letras largadas,
Pensamentos perdidos.
São vilãs inocentes,
Corações sem sentidos.
 
São ilógicas ilações,
Se a fé não há razão.
Ser homem ou mulher,
Não lhes dou o perdão.
 
Isso tudo faz sentido?
Faz sentido o amor?
Faz sentido, a saudade,
Entre o cego e a cor.