Ritmo de métrica duvidosa e dizentes das coisas do poeta

todo poema é um avesso

e avulso da vida e de si mesmo

e é maior que o poeta

em cada letra

e muito menor do que aquele

que não se cometa

o poema é um abraço ilógico

no vão da continência

e é quase uma razão

sem muita contingência

e talvez, mais que palavra,

seja placenta

de embrulhar a vida aos pedaços

e sem muita paciência

o poema é desconforto

embora porto

e nem é mesmo continente

quando posto

pois lhe sobra a aparência

de víscera disforme

da consciência.