Dos tempos e das vidas com parcimônia e gestos

o relógio de pulso

marca, descompassado

as diferenças do peito

as distâncias que não trago

em seu mister itinerante

de fundamentar o passado

nem lhe sobra um futuro

no meio dos meus passos

é que lhe move um tempo

em que não estou enquadrado

porque nas horas a que me apresto

nem sempre me desabraço

é que o futuro nada mais é

que um passado invertido

e que não cabe em qualquer ponteiro

dos minutos de cada vida