Brasa

Ainda vejo a brasa acesa

Entorno a garrafa em busca de um último gole, que já não há

Amanhã é segunda

Mais um dia de trabalho

- Pra poder ter um salário

(Nunca entendi como tem tanta gente que nunca faz nada

E anda de terno caro, carro zero, no fim-do-mês recebe uma "bôlada")

E a vida vai se consumindo

O que existia vai sumindo

Outras coisas vão surgindo

E a vida não para

Para onde vou hoje?

Algo novo?

Ou o ontem é o hoje e o amanhã de novo?

E o tempo vai tragando a vida

A gente faz

Ou passa e não volta mais

E a brasa se apaga