Difícil de Entender

As pessoas têm mania de comparar,

De quantificar,

De julgar,

De mensurar,

O alheio sofrimento,

Sob os seus próprios critérios,

Sob os pilares do seu particular império.

Obviamente, que o resultado gera estranhamento.

O que para uns é nada,

Para outros cala fundo,

Dói no mais profundo,

Deixa a alma consternada.

Não existe um padrão planetário,

Para esse assunto tão contundente.

Julgar é tão precário,

Como contraproducente...

Comparar é tão primário,

Quanto adolescente...

Quantificar é tão arbitrário,

Quanto incoerente.

Cada um sabe, ou deveria saber,

Onde aperta o seu calo,

O tamanho do estrago,

O motivo real do seu sofrer...

Muitas vezes, a verdadeira razão

Para a devastação

Está oculta.

Não há como saber se é justa.

Eu sempre enfrentei esse problema,

Esse insuportável esquema:

Há uma aceitação unânime da minha sensibilidade,

Quando o assunto permanece nas cercanias da criatividade.

Já, quando ela escorrega para coisas simples do cotidiano,

As pessoas torcem o nariz como se eu estivesse em engano.

Esquecem que não é possível

Ser sensível

Apenas, para as coisas agradáveis,

Aquelas escancaradamente palatáveis...

O meu sentimento é um só.

Não me é possível dar-lhe um nó,

Quando ele se entristece por algo, aparentemente banal,

De uma forma brutal.

Enquanto que para a maioria das pessoas,

Excetuando-se as loucas,

Soa como uma reação exagerada,

Completamente infundada,

Para mim, foi o chão que se abriu.

O famoso piano, que sobre minha cabeça, caiu...

Tenho gigantescas dificuldades,

Para encarar o que denomino como barbaridades

Do mal fadado capitalismo,

Calcado na sofreguidão

E na absurda escravidão.

Não sei vivenciar o cinismo.

Não faço tudo por dinheiro.

É bem mais alto, o meu pinheiro...

Não estou à venda.

Assumi definitivamente, a senda.

É absolutamente encantada minha lenda!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 10/04/2010
Código do texto: T2188130