O homem é como um rio
Tem inicio, meio e fim
Turbulência e mansidão
Rasura e profundidade
Correntezas e precipícios
Incerto nas corredeiras
Acolhedor nos remansos
Ora é limpo, ora é sujo
Transparente nos rasos
Misterioso nos escuros
É amado e indiferente
Vive em solidão
O meio o altera
Pode se tornar violento
Destrói e recria
Depois volta ao seu leito
Habitual
Leva a vida no seu seio
Está predestinado sempre
A seguir viagem
E a desaparecer
Para renascer todo momento
Tem obsessão de ser grande
Como os rios, todos tem o mesmo destino
Desaguar num mar desconhecido
Sua libertação,
Seu exílio derradeiro
Sua morte.