Esse seu preconceito

Esse seu preconceito

Me julgas sem razão, sem nenhuma emoção.

E não olhas para a dor que inunda meu coração.

Esse seu preconceito.

Esse jeito de olhar somente para os meus defeitos.

Parece até que não enxergas.

Não, você não enxerga que o que tu julgas na verdade não sou eu.

Tu julgas apenas o que aparece rapidamente aos seus olhos alienados.

Não, tu não me conheces realmente.

Nunca mergulhou fundo no meu olhar.

Nunca ouviu minhas palavras.

Não sabe de minha história.

Não, você nada sabe de mim, mas mesmo assim me julgas.

Ah, esse seu preconceito.

Preconceito que me corta por dentro e por fora.

Preconceito que me faz parecer algo que realmente não sou.

De tudo que sei e que sou.

Sei que mesmo não sendo o que sua boca malvada fala de mim, feridas em minha alma ficaram.

Suas palavras, suas discriminações roubaram de mim grande parte de meus sonhos.

Muitas de minhas ilusões foram morrendo.

Marcas profundas permanecem ainda na minha carne e no meu espírito.

Mas, ainda assim, apesar de todos os pesares, eu continuo meu caminho.

Seu preconceito pode ter me marcado, roubado um pedaço de mim; mas minha essência ainda permanece.

Eu ainda sou o mesmo: mais sofrido, mas descrente; porém minha alma de guerreiro ainda permanece.

Sim, eis que ainda luto.

Eu continuo minha luta no meu caminho.

E busco a cada dia mostrar que seu preconceito não passa de ignorância, de futilidade.

Teu preconceito é um mau que prejudica seu próximo, mas o que não consegues enxergar é que esse seu preconceito envenena tua alma.

Tu se perdes na pequenez do mundo obscuro que criou para si e para o outro.

No fim minha alma está ferida, marcada; mas permanece pura.

A tua alma no entanto está suja, obscurecida por sua própria podridão e pela podridão do mundo.

Ah, esse seu preconceito que em todos vê somente os defeitos, e não consegue olhar para si mesmo, para suas imperfeições.

No fundo de ti tenho realmente muita pena.

Você, criatura preconceituosa, não consegue enxergar nem o outro, nem a si mesmo.

Tu, criaturas não passa de um cego de alma, de coração.

E sabe de uma coisa?

Não existe cegueira maior que aquela que é de alma.

Tu passas tanto tempo julgando os demais, que acaba perdendo seu tempo, sua vida.

Em fim, sua pequenez me faz sentir dó.

Dó, porque tu acabas caindo em sua própria armadilha.

Armadilha que para o outro tu criaste.

Ah, esse seu preconceito.

Preconceito que serve apenas para encobrir seus odiosos defeitos.

Sim, que de todos defeitos do mundo, o pior deles é ter preconceito.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 30/04/2010
Reeditado em 01/07/2011
Código do texto: T2228322