SONHAR E VIVER

O sono vem devagar...

todos os dias, bem devagar,

como animal cansado,

sem condições de seguir.

O sono, de mim, se apodera,

mas não morro nos sonhos.

Os sonhos reprisam o sol,

não há lua nem estrelas na janela.

São sonhos que eu toco com as mãos.

Talvez o sono, cansado, durma também.

Da luz que vem da imaginação,

acordo para o sol de todo o dia,

e busco um sonho acordado,

de trazer a lua perdida,

para os cantos da vida,

enganando a razão, que me fala ao ouvido:

_ ser feliz é viver um pouco mais sem sonhar.

Se devagar o sono aparece,

depressa eu me faço um carinho,

inventando uma canção qualquer.

Nem a razão pode explicar,

como viver, sem sonhar e sorrir,

sem contemplar o amor de uma poesia.

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 24/11/2004
Código do texto: T223