devaneios...

Um copo de cerveja,

Dois copos de cerveja,

muitos copos de cerveja.

Copos que já foram garrafas,

e agora são apenas líquido

que o organismo analisa.

O que posso escrever?

Nada tem-me acontecido, mas muito tem-me ocorrido.

Penso, penso e têm coisas que não sei como pensar.

Ou o quê pensar.

Sinto-me sozinha, mas não quero aproximar-me de ninguém.

Não tenho um grande amor para festejar ou sentir dor.

Não há ninguém...

e isso começa a fazer-me falta...

Não sonho com príncipe encantado...

quero apenas receber carinho.

Mudando de assunto...

a musiquinha éstá dolorida!...

Sabe aquele estilinho "dor de cotovelo"?

Bem esse!

Parece que parou de chover...

as poças estão imóveis.

A rua, deserta.

A noite, fria.

O vento sul está batendo, e ele não costuma ser sutil.

A praia,sempre linda!

As crianças brincando lá fora,

agora longe do alcance de meus olhos,

soltam gritos, falam alto,

de maneira a preencher o ambiente reflexivo.

De onde estou, através de uma vidraça,

galhos saculejam iluminados pelo holofote

que realça as folhas viradas, levadas pelo vento.

Não sinto tristeza,mas melancolia.

Uma sensação que não sei explicar.

As poças começaram a mover-se.

Vibram e formam imensas ondulações para o pequeno espaço

que as comporta.

Pequeninas partes do mar celeste.

Começo a notar que nada é constante...

Choveu torrencialmente há menos de três minutos.

Vozes que não me são desconhecidas...

O mar avança...

Ouvi dizer que vai rolar ressaca... quero ver.

Já o vi bem pertinho da escada,

mas ainda com uma pequena faixa de areia.

Amanhã rola roda de samba, à noite.

Antes, roda de capoeira, à tarde.

Vou tentar agilizar a rede lá em casa... de manhã.

Que interessante o movimento da fumaça...

chega próxima à janela e assume um fluxo unidirecional,

inclinada à esquerda.

Uma luz piscou no mar.

Vermelha.

Háháhá!

Não foi no mar...

Foi a brasa refletida na janela

que outrora recebia pingos frenéticos.

Está chegando a hora de partir.

O frio aperta, o cansaço pega.

Muito ja´falei.

Pensarei um pouco mais.

Luciana Leskevicius
Enviado por Luciana Leskevicius em 23/08/2006
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