devaneios... nº02

O que sinto não consigo traduzir,

mas é um misto de eu quero com não sei o quê.

Tantas pessoas conheço,

tantas pessoas quero bem,

tantas pessoas emm meu cotidiano,tanta solidão...

chego em casa e...

apenas monólogos...

intensos debates e discussões com meu eu,

que não mais sofre, apenas sonha.

Sonha...

Mesmo longe das nuvens.

Começo a sonharcom o possível.

Com aquilo que faz-se possível.

Com aquilo que torna-se possível.

Com aquilo que faz-me pessoa.

Vento ou brisa, senti minha face amolecer.

Senti minha face deixar-se.

Beija-me falando sério e, falando sério

brinca com minh´alma.

Sinta meu carinho,

dá-me seu carinho,

compartilhemos carinho.

Quisera eu amar-te.

Talvez eu ame, talvez apenas queira amar.

Que amor?

Como, amor?

Suspiros e sussurros suaves

tais quais a volúpia lasciva de ardentes beijos.

Clichê? Talvez!

Mas que vida não mantêm-os no cotidiano?

Cotidiano

de doces

amarguras.

O cotidiano de todos os dias,

que não é rotina,

que não é nada além.

Cotidiano imprevisível...

O corpo,

deitado,

repousando,

não é apenas um corpo;

é meu corpo que busca o descanso após um dia,

que não é mais um.

O corpo em repouso desperta a mente

para a reflexão,

após a absorção de tantos gestos,

palavras,

imagens.

É meu o corpo deitado.

Sou eu deitada, prestes a adormecer

e descansar...

e sonhar.

Luciana Leskevicius
Enviado por Luciana Leskevicius em 23/08/2006
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