devaneios... nº02
O que sinto não consigo traduzir,
mas é um misto de eu quero com não sei o quê.
Tantas pessoas conheço,
tantas pessoas quero bem,
tantas pessoas emm meu cotidiano,tanta solidão...
chego em casa e...
apenas monólogos...
intensos debates e discussões com meu eu,
que não mais sofre, apenas sonha.
Sonha...
Mesmo longe das nuvens.
Começo a sonharcom o possível.
Com aquilo que faz-se possível.
Com aquilo que torna-se possível.
Com aquilo que faz-me pessoa.
Vento ou brisa, senti minha face amolecer.
Senti minha face deixar-se.
Beija-me falando sério e, falando sério
brinca com minh´alma.
Sinta meu carinho,
dá-me seu carinho,
compartilhemos carinho.
Quisera eu amar-te.
Talvez eu ame, talvez apenas queira amar.
Que amor?
Como, amor?
Suspiros e sussurros suaves
tais quais a volúpia lasciva de ardentes beijos.
Clichê? Talvez!
Mas que vida não mantêm-os no cotidiano?
Cotidiano
de doces
amarguras.
O cotidiano de todos os dias,
que não é rotina,
que não é nada além.
Cotidiano imprevisível...
O corpo,
deitado,
repousando,
não é apenas um corpo;
é meu corpo que busca o descanso após um dia,
que não é mais um.
O corpo em repouso desperta a mente
para a reflexão,
após a absorção de tantos gestos,
palavras,
imagens.
É meu o corpo deitado.
Sou eu deitada, prestes a adormecer
e descansar...
e sonhar.