um grito pela sobrevivência

Na alvorada de cada amanhecer e na escuridão de cada noite, lá vou eu tentando sobreviver.

Tento sobreviver a crueldade das intrigas.

A maldade da inveja.

O crime da injustiça.

Eu sobrevivo a cada dia sob o peso do ódio.

O ódio daqueles que tem poder e acham que podem esmagar o seu próximo.

Na luminosidade de cada dia e no escurecer de cada noite, lá vou eu tentando sobreviver.

Sobreviver em meio ao mar de dores físicas e do inferno das pressões emocionais.

Entre rosas mortas e espinhos muito vivos, lá vou eu.

As rosas mortas representam os meus sonhos assassinados e os espinhos são os grilhões que cortam e devoram profundamente minha carne e minha alma.

Eu oro pedindo que o ódio não me consuma.

Que a raiva e a mágoa não me domine.

Que a injustiça não breque minha luta.

Que a inveja não me prejudique.

Que o mal não de aposse de minha vida, do meu ser.

Pois que eu sobrevivo a cada dia sob o peso do ódio, da injustiça, da inveja e da intriga.

Na alvorada de cada novo dia e no crepúsculo de cada noite, eu vou tentando sobreviver.

Peço a Deus que guarde minha alma.

Que conserve a pureza de meu coração.

Que o sofrimento não obscura meu ideal de justiça.

Que minhas dores não pesem mais que meus sonhos.

Que as trevas desse mundo não dominem as luzes dos meus mais sinceros sonhos.

Eu vou tentando sobreviver nesse mundo tão duro, tão escasso de bons sentimentos.

Eu vou caminhando em meio a farpas e espinhos, que me cortam e devoram o corpo e a alma.

Eu sou como um grito de dor que ecoa no silêncio.

Sou como um pássaro solitário voando em noites de tempestade.

Sou a lágrima chorada e também aquela que no coração é para sempre guardada.

Sou um caminhante que caminha com as pernas meio mancas e as costas meio arqueadas pelo peso das injustiças.

Mas, apesar de todas as grandes feridas; eu continuo caminhando, meio cambaleante, meio vacilante; mas sempre caminhando.

Não sei direito porque caminho e nem para onde.

Eu só sei que apesar de ventos e trovoadas, eu nunca deixei de lutar.

Meu caminho é minha luta.

Minha luta é o único caminho que quero eu seguir.

Eu sou como o pássaro de asas quebradas, que ainda insiste em tentar voar.

Pois eis que me atiram pedras.

Oh, como me atiram pedras!

Algumas me acertam em cheio, de outras eu consigo desviar; sem no entanto precisar revidar.

Pois, que para se defender não é preciso pedras no outro atirar.

Para se defender basta se armar com o escudo da verdade.

Minha verdade é meu maior bem.

Minha esperança é a direção que me guia pela estrada de minha existência.

Eu sou o clamor de um grito alucinante de socorro.

Eu sou a letra da música que pede por justiça.

Eu sou um caminhante seguindo por estranhas ruas, estranhos mundos de gente sem coração.

E nesse embalo, eu vou seguindo a minha luta tentando a cada dia sobreviver.

Tentando a todo momento não ser devorado pela maldade desse mundo.

Eu sou um sobrevivente tentando não sucumbir as injustiças e pressões do mundo.

Porque enquanto meu coração grita por vida, o mundo pede a todo momento que eu morra.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 12/05/2010
Reeditado em 26/05/2010
Código do texto: T2251944
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