" P r e l ú d i o "

Um toque sutil

Da brisa que refresca

A luz tênue de uma tarde caindo

Um olhar para o alto

As montanhas silenciosas

Sopro do ar

Leveza da folhagem

Perfume de fim de dia

Burburinhos na mata

Matizes de cores diversas

Vão enfeitando a paisagem

De mais uma tarde de inverno

Nuvens que passam correndo

Passarinhada voando apressada

Chuva se aproximando

Deixará brilho e viço

Num vindouro amanhecer

A cadeira de balanço

Jaz velha

Ao canto esquecida

Sem rangidos

Sem vida

A chuva vem mesmo

As rosas se perdendo em pétalas

As trepadeiras vergando

A mata assobiando

A noite terá companhia

As montanhas ficarão molhadas

Os ninhos acolherão as aves

O riacho se encherá

Fará frio na madrugada

A velha cadeira

Que outrora balançava

A um canto ora deixada

Não importa que fique molhada

Permanecerá por lá esquecida

Sem despedida, sem guarida

Sem nada, sem vida

Eliana Braga

Gaivot@

28/Ago/2006

Campinas/SP/Brasil

Eliana Gaivota
Enviado por Eliana Gaivota em 28/08/2006
Código do texto: T227443
Classificação de conteúdo: seguro