SILÊNCIOS

Os meus silêncios são cruéis e duros,

Nas trevas dos dias que me ensombram,

Nas noites em branco que me tombam,

Nas lágrimas, nos vales e nos muros

Será que sabes ler-me sem me ler?

Será que no teu peito ainda existo?

Ou fui sublinhado em mero risco

Daqueles sem expressão e sem se ver?

Que raros são os momentos de paixão...

Que emergem de caudais de solidão

E se fecham em silêncios de ternura...

Segue os trilhos dos minutos que viveste

Pergunta a ti própria se cresceste...

Abre as portas aos riachos da censura

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 03/09/2006
Código do texto: T232092