PALAVRAS SÃO ASAS

PALAVRAS,

pulsando no peito,

SEM TRADUÇÃO

sem grafia

sem oralidade

em indefinida melodia

Nem sei quem são!

Só sei que afloram

sorriem e choram

acesas no coração

Se são de amor

ou de tesão

QUEM sabe!

Eu?...

Sei não!

Talvez sejam SAUDADE

ou nostalgia da tenra idade

liberdade, inocência, cantoria

pessoas-gemas (preciosas)

sob manto estrelado

ou no raiar do dia-a-dia,

Talvez sejam saudade da cama desfeita

de profundo respirar

de noites de gozo

de hora qualquer para amar

Saudade, talvez,

de chuva fina e ventos uivantes

moletons

temporais

perfumes de mato verde

cheiros de pele e sumo fresco

Belos Horizontes e visões Gerais

Flores, sabores e rosas

calores e prosas

cores de jardim

mistérios abissais

Saudade, talvez, de outrora

Talvez de agora

Talvez de mim

Palavras presas são asas internas

velas acesas que penumbram objetos,

sentimentos soltos,

nós secretos

Palavras

SÃO ASAS

QUANDO

sentimentos são libertos

e se derramam no universo

escancarando portas

iluminando a casa.

D.V.

17/08/06

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