Réquiem

Um dia a dor vai perder a razão

E o céu pétreo dará espaço

ás nuvens de algodão doce

Colorindo o arco-íris de muitos matizes.

Depõe-me ao pé da serra

Numa cova de terra

Ou lança-me ao mar

Com uma canção de ninar

Se um riacho doce

Me acolhesse

Em prece

Como ora a flor madura

Que fenece

Nesse dia o arcoiris choverá

Lagrimas de cor

E o som do vento

Cantará

Em sinos de cristal.

Faz do silencio um réquiem

Que tudo conta

Ecoando no coração de alguém

Soma das vidas sonhadas

Retira as dores passadas

E divide o tempo em fatias

Multiplicadas pelos dias

As noites de sereno

Sob o deserto infinito

De estrelas

Terão o sublime manto

Negro...canto e encanto

Entremeio das existencias

Acende o fogo

Deixa fluir suave

Chama que inflama

E se extingue

No suceder das lembranças

Depõe meu corpo ao pé da serra

Na colina, ou no vale, talvez...

Quem sabe o oceano me abrace

E eu seja feliz outra vez.