A máscara de uma saudade!
Este semblante ameno.
Esta demonstração de sutilezas,
vem provir o ar de abandono fútil.
A máscara está pronta, usando-a
torna-a mais verdadeira.
Adormeces ao sereno gélido do existir.
Não és uma pessoa, és a simples saudade.
Esta, causadora dos dissabores da vida,
das angústias cruéis,
porém, límpida e exata como uma pérola hindu.
Escondes a cristalina certeza das mentiras e promessas.
Fruto azedo que outrora docemente acalentava o sofrimento.
A máscara de uma saudade está, que ainda hoje
contempla lembranças de uma simples existência.
O campo coberto de lírios, a relva, o sorriso.
O sorriso da vida brindando um rosto sofrido,
A brisa úmida das lágrimas derramadas exaltam o amor.
Um amor que deixou marcas profunda de saudade.
Um soluçar vazio de uma noite carrascamente fria.
Um sonhar fecundo de uma existência infecunda, mas,
tão necessária como o ar que mantém a vida.
As flores abrilhantam o cenário derradeiro.
A saudade disfarçou-se de palhaço para reviver as ilusões.
No picadeiro, o chorar mistura-se ao contentamento,
ao sorrir amarelo como o sol de inverno.
Teu semblante senil ignora a razão, zela pelo desencontro.
Fere com a flecha pontiaguda o coração já depauperado pelo sentimento.
Saudade, a máscara, o ser, o viver, a saudade!
Poderia ser um verbo transitivo direto!
Mas, não!
É apenas, saudade!
Rica de alegrias e tristezas!
A máscara da saudade reside no interior do existir.
Nas lembranças dos dissabores, na noite de amor.
Ilustra o sentir lírico com sabor, o cítrico da decepção.
Faz esvair o suplício do nunca mais,
Ainda sim! Fique saudade! Mesmo com tua máscara!
Não sei viver sem voce!
O Bruxo
Carlos Sant'Anna