A máscara de uma saudade!

Este semblante ameno.

Esta demonstração de sutilezas,

vem provir o ar de abandono fútil.

A máscara está pronta, usando-a

torna-a mais verdadeira.

Adormeces ao sereno gélido do existir.

Não és uma pessoa, és a simples saudade.

Esta, causadora dos dissabores da vida,

das angústias cruéis,

porém, límpida e exata como uma pérola hindu.

Escondes a cristalina certeza das mentiras e promessas.

Fruto azedo que outrora docemente acalentava o sofrimento.

A máscara de uma saudade está, que ainda hoje

contempla lembranças de uma simples existência.

O campo coberto de lírios, a relva, o sorriso.

O sorriso da vida brindando um rosto sofrido,

A brisa úmida das lágrimas derramadas exaltam o amor.

Um amor que deixou marcas profunda de saudade.

Um soluçar vazio de uma noite carrascamente fria.

Um sonhar fecundo de uma existência infecunda, mas,

tão necessária como o ar que mantém a vida.

As flores abrilhantam o cenário derradeiro.

A saudade disfarçou-se de palhaço para reviver as ilusões.

No picadeiro, o chorar mistura-se ao contentamento,

ao sorrir amarelo como o sol de inverno.

Teu semblante senil ignora a razão, zela pelo desencontro.

Fere com a flecha pontiaguda o coração já depauperado pelo sentimento.

Saudade, a máscara, o ser, o viver, a saudade!

Poderia ser um verbo transitivo direto!

Mas, não!

É apenas, saudade!

Rica de alegrias e tristezas!

A máscara da saudade reside no interior do existir.

Nas lembranças dos dissabores, na noite de amor.

Ilustra o sentir lírico com sabor, o cítrico da decepção.

Faz esvair o suplício do nunca mais,

Ainda sim! Fique saudade! Mesmo com tua máscara!

Não sei viver sem voce!

O Bruxo

Carlos Sant'Anna

Bruxo das Letras
Enviado por Bruxo das Letras em 22/07/2010
Reeditado em 22/07/2010
Código do texto: T2392583
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