Contra mim

Luto contra mim mesmo numa batalha imaginária.

Inimigos fortes me impunham armas quase que diariamente.

Dentre os quais, encaro a intolerância

- arrogante e poderosa.

Dentro os quais, encaro a inconstância

- que é vil e perigosa.

Dentre os quais, encaro a carência

- que é sutil, mas vigorosa.

E nessas batalhas sem fim, vejo crescer o número de aliados.

Saídos de dentro de mim, esses inimigos são privilegiados.

O orgulho devastando o que sobra,

o rancor destruindo tudo.

O egoísmo arrastando-se feito cobra,

a vaidade servindo-lhe de escudo.

Minha cabeça sendo exposta numa mesa

sobre um macio e vistoso veludo.

E o que esses inimigos vorazes sabem tanto a meu respeito,

atingem os pontos vulneráveis que trago dentro de meu peito.

Dentre os quais, cedo aos ressentimentos

- que são impetuosos e impulsivos.

Dentro os quais, cedo aos pensamentos

- que são intermináveis e instintivos.

Dentre os quais, cedo à impaciência

- que é temperamental, mas impiedosa.

EYES WITHOUT A FACE
Enviado por EYES WITHOUT A FACE em 02/08/2010
Reeditado em 28/12/2012
Código do texto: T2413036
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