GUERRA OU PAZ

Porque as armas são cada vez mais,

O mundo está a tornar-se explosivo,

E senão destruírem os arsenais

Estará em perigo todo o ser vivo

Não façais mais armas perigosas,

Pois estais a brincar com lume.

Plantai e cuidai antes das rosas,

E inebriai-vos com o seu perfume.

Transformai armas em brancas flores,

E no lugar das bombas plantai roseiras.

De soldados e generais fazei escritores,

E das minas fazei brotar laranjeiras.

Em vez de construírem porta-aviões

Ou outros caríssimos armamentos

Porque não se gastam esses milhões

A levantar outros equipamentos?

O governante que sustenta a guerra

E nela gasta o que aos pobres tira

Não é merecedor de viver na terra

Nem aquele que a seu gosto adira?

Identifique-se e julgue-se o culpado,

E faça-se pagar pelo seu erro,

Mas não se esmague o desgraçado,

Nem se decrete por lei o seu enterro.

A violência jamais será solução,

Para resolver as divergências;

Pois gera mais ódio e negação

E torna brutas as consciências.

Nada há que possa justificar,

O ataque a um povo inocente,

E quem em vão o ouse perpetrar;

È perverso, hipócrita ou demente.

Combater quem é desumano,

É uma necessidade e um bem.

Mas invadir um país soberano,

É somar inimigos aos que já tem.

A força da minha vontade,

É pequena como o grão de areia,

Mas junta à de toda a humanidade,

Apagaria o fogo que a guerra ateia.

Aquele que quer o amor na terra

Só o alcançará quando for capaz

De enterrar o machado de guerra

E fumar o cachimbo da paz na paz.

Alberto Carvalheiras
Enviado por Alberto Carvalheiras em 18/09/2006
Código do texto: T243354