Confissões pós-modernas em versos de melancolia

Inadequado, sou inadequado

Nesse mundo pós-moderno

Vivo para me adequar.

Saudade do que? Eu não sei...

Sou a perda do que se foi

E a ausência do que não é.

Meus caminhos descontínuos

São vertigens na madrugada

Estou entre as intermitências

E as reticências da vida.

Puro fluxo, carne inteira

Afio minha humanidade

Na navalha da realidade

Sangra todo sentido e dor.

Esses caminhos sem volta

São labirintos obscuros

Espaços tão inexplorados

Quando o espaço sideral.

Navego em mares virtuais

Enormes tsunamis digitais

O mouse vira minha prancha

e a tela meu horizonte.

Sempre com alguém vou

Mas quase sempre tão distante

Estou presente e sou ausente

Já nem sei mais quem sou.

Ricardo Ferrara
Enviado por Ricardo Ferrara em 16/08/2010
Código do texto: T2440760