Elegia aos filhos do vento
 
E por fim tua alma
junto ao meu corpo
surgirão em harmonia.

Nossos rostos não mais serão
os rostos de outro dia
nossas mãos em festa como grande orgia.

Duas ilhas como filhos do vento
estarão tão próximas, unas
separados noutros anos.

E por fim nossas palavras
nesta distância sonora
flutuarão em nossas bocas,
como as folhas do tempo.

Acharemo-nos perdidos
diante do ancoradouro
desta difícil caminhada.

E por fim voltaremos
pela mesma estrada que encontramos,
com o mesmo rosto de outro dia
onde nada mudou de lugar,
porque enfim,
também nos são vitais.
 
(E os filhos do vento serão para sempre só uma ilha )
 
Cássia Da Rovare