SÃO PAULO
FLAVIO MPINTO
São Paulo, velha de guerra
O que escondes com tanta pressa?
Algo que não te interessa?
Quatrocentona
De onde tiraste essa mania de andar sempre assim?
És trem bala?
O que te avassala?
Que dizem os teus fantasmas
Quando passeiam nas tuas ruas barulhentas?
E nas calmas cidades interioranas?
E que pensam quando olham para teu povo assustado e sempre correndo?
Não foi á toa que nos deste o Ayrton Senna.
São Paulo, velha de guerra
Nas tuas manias te apegas
Recordando os bandeirantes
Que desvirginaram as matas na busca de riquezas.
Se não as acharam, pelo menos levaram
O Brasil para muito além do que era
Para muito além do que tínhamos
Para onde queríamos, com certeza.
Non ducor, duco
É o teu lema
E teu sistema
É teu espírito sempre desejando chegar na frente.
( São Paulo, Set 2006)