MISTÉRIOS DO OUTRO
As pessoas são como caixas surpresa
Que não sabemos ao certo o conteúdo
Esteja este falante ou mudo
Ocultando ou jogando cartas na mesa
Talvez por isso as decepções
Por vivermos rodeados de expectativas
Nos surpreendendo com as fugitivas
Que nos deixam a mercê das ilusões
Esta é a sina que nos acompanha
Como uma rosa nos maravilha e fere
Mesmo que a dor desconsidere
Desta humanidade a alma apanha
O lado de dentro do outro é um enigma
Tão escuro quanto nosso próprio eu
E assim se desenrola o apogeu
De viver a espera de mais um estigma
É assim conviver com o desconhecido
Um campo instigante e incerto
Mas que sempre queremos ter por perto
Mesmo já estando de coração partido
E assim não desisto do que é humano
Tal e qual sou feita da mesma matéria
Sendo a alguém a mesma quimera
Sendo ao outro o mesmo desengano.
Magna Fernandes ~ 22/09/2010 ~ 15:30hs