O FILHO DA GUERRA DE TODOS OS DIAS

O homem joga-se no abismo...

O homem transforma-se no abismo...

O homem foge agonicamente do abismo...

O homem é essencialmente o abismo...

O homem singra caminhos longos, oblíquos, doridos...

O homem, habitando a selva de pedra do mundo iníquo,

É ventania, alegria, caixão, senzala, poesia, fuzil,

Escravos chibatados sobre o pelourinho...

O homem, em facundo desafio,

Posta-se frontalmente ao feral tanque assassino...

O homem: sulcos, dédalos, pedras, espinhos...

O homem pugna contra os doze signos do abismo...

O homem cai e se soergue assertivo, altivo...

O homem, favelas, utopias, trampos, caatingas, Sonoras, Savanas, redemoinhos...

O homem sonha com o sol da dignidade e do altruísmo...

O homem fica preso no templo da vilania e do egoísmo...

O homem trafega pela rodovia da vida-morte em período contínuo....

O homem perde-se entre amores, saudades, vórtices, descaminhos...

O homem floresce como laranjeira, esmeralda, pendão, criptográfico pergaminho:

A certeza jazendo na vivenda do eternal exílio!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

JESSÉ BARBOSA
Enviado por JESSÉ BARBOSA em 30/09/2010
Código do texto: T2529423
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