Neurose de mim mesma.
Quem teve a ideia de tirar-me o tempo,
De tirar os sonhos de minhas mãos
Não foi um indivíduo genial
Industrializou-me a mente, acorrentou-me o coração.
Fazendo-me funcionar no limite de minha loucura
Dando um curto-circuito em minha razão
E desses vinte e cinco anos que me dão
É tudo para mim menos motivo de felicitação
E quando agora, nesse instante solene.
Sinto vontade de entregar os pontos e cair em prantos
Lançar-me ao vazio de minha solidão
Deixando o seio frágil aberto
Para ser ferido sem piedade ou paixão
Surge de algum lugar, uma esperança de recomeçar.
Seguir por caminhos novos e livrar-me dessa ilusão
Recriando um mundo novo com minhas pequenas mãos
Libertando-me enfim de minha escura prisão...