A Autoridade

A Autoridade

Não pretendo maldizer ou criticar,

O trabalho dos agentes da autoridade,

Mas sim á lei, que os limita no actuar,

Pois julgo que o sinto como verdade.

Vive-se uma crise de autoridade,

A começar pelos Pais sem coragem,

Passando por um Estado em debilidade,

Que permite ou tolera a malandragem.

A autoridade não se furta aos deveres,

Mas a lei é ambígua e inoperante,

Ao retirar-lhe muitos dos seus poderes,

E a remeter-lhe um papel irrelevante.

As forças de segurança foram criadas,

Para proteger o cidadão e seu haveres,

Mas vemos que estão a ser desviadas,

Para proteger aquele que tem poderes.

Que justiça, na lei imposta por Lisboa,

Ao classificar de intocável e imune,

Gente a quem tudo desculpa e perdoa,

Enquanto a outros tudo exige, e pune?

Por via de uma lei, talvez errada,

A autoridade não actua como devia,

Pois sente-se por vezes desautorizada,

Ao cumprir a missão que lhe competia.

Hoje, como há vinte séculos atrás,

Um governador autoritário fará isto:

Soltará o marginal Barrabás,

E condenará o inocente Cristo.

Alberto Carvalheiras
Enviado por Alberto Carvalheiras em 01/10/2006
Código do texto: T253875