Coração, sujeito indeterminado

E eu digo que me importo, e não me importo,

e falo que não choro, mas caio em prantos,

finjo que entendo, e me engano,

admito que gosto, e me desencanto.

Deveria eu saber ao menos o quanto,

há disso ou daquilo, no meu próprio peito,

até que creio saber, só que, no entanto,

o muito que sei, pouco me é de proveito.

Esse coração, não se conhece o sujeito,

e se muito me pego o analisando,

espreguiço-me, o fito e me deito,

pois só o entendo um pouco mesmo, sonhando.

Camila Trideli
Enviado por Camila Trideli em 11/10/2010
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