“O lamento da poesia nos lábios da poetisa”

Se choro ou se sorrio, de que adianta?

Se canto, ou me calo, quem há de

Ouvir-me? Se passo ou se fico, quem

Há de notar-me? Isso é a vida! Efêmera

E silenciosa, quando se levanta os olhos

Já não é mais, passou! Se foi de um

Canto a outro, há se eu fosse um conto

Poético, declamado! Seria em teus lábios

A existência da pronuncia, o existir deste

Eu, hora doce, hora amargo feito fel, mas

Este instante seria eu em tua boca a copa,

Em tua garganta a raiz, e tuas palavras,

Seriam leves, claras, e passageiras num

Palco descortinado, há poetisa, canta-me

Aos quatro cantos desta terra gentil,

De repouso manso e fértil, se choro ou se

Sorrio, importas tu poetisa, mas não me

Deixa morrer, sou eu a poesia que clama,

Sou eu o alento da alma fria.

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 18/10/2010
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