O Rei e o Conde

Ainda que minha vida seja pintada

De vermelho,

Por uma estrada longa, minha jornada

De Rei se perpetuará no conselho...

Mesmo que por espinhos ande,

De joelhos, andarei e tornar-me-ei Conde...

Donde ninguém vir pedir-me esmola

Eu esmolarei de bolsa e sacola

E entregarei à nobre ou pobre senhora

Um coração despido e desvalido

De um homem morto e sofrido.

A loucura que a minha mente abraçou,

Tão carinhosamente,

Do escuro fez morada eterna

Ferra-se a quem nela se atrelou

Pois, do escuro, um urro soa

E amaldiçoa

Quem vive no passado perene

Ao tempo matando, em noite solene.

E é assim que transformo vida em morte...

Uma sorte que comprei de esmola...

Um jogo de azar onde jogo forte,

Numa roleta onde prefiro só uma bola

E Sem dizer minha sorte e o meu número

Fiz do meu corpo e do meu osso úmero

O cofre da agonia e da dor,

A estrada da morte e do amor.

Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 03/11/2010
Reeditado em 14/12/2010
Código do texto: T2594918
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