Uma vida, Uma Confissão

Não sei se você pode entender tudo aquilo que faço

O que fiz...

Ou o que, possivelmente, farei.

Não sei se me curvarei diante dos seus reclamos

Dos apelos, apelativos...

Sou um transladado da incerteza à paixão

Quem sabe se a sua mão, amiga de sempre,

Correrá, em mim, com afagos, descarados

Se sou um rei, não sei...

Mas saberei quando você amar-me.

Suas regras, não serei usuário delas

Não tenho intenção de segui-las...

São meras lembranças do passado...

Não gostaria de vê-las, tê-las, elas...

Ao meu lado, suas lembranças

Nas suas tranças, telas, telas...

Na sua cama

Uma redoma se acautela

Coma, cama, para coma uma rama

Uma poltrona na lembrança se vê

Uma tela de TV, uma sala, ante-sala

Que aguarda um consumista, pessimista

De fato, de direito, sem direito a nada.

Um quarto que guarda lembranças

Um cemitério de recordações

Irmãos que passeiam nos vãos

Mãos, mãos que se apegam às mãos

Aliança pós vida, lida em vida, amarrada

Compromissos interrompidos na alvorada

Um homem, meio-homem, bastança de homem.

Quem consome, quem consome quem

Nem se sabe quantos anos ele tem

Mas alguém o quer bem

Um dia ele se foi

Mas lá está ele em tudo

Na cama, na poltrona, em quem o ama

Só não o vê quem não quer

Só uma mulher, só uma mulher...

Lá está, ele e quem o quer

Tudo lhe pertence: filhos, casa e mulher.

Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 09/11/2010
Código do texto: T2605857
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