Veio ninguém sabe de onde
 Pelas sombras das montanhas de silencio                    
Desenrolando teias que embrulhavam esperanças              
Com as tênues mãos, desenhou horizontes imaginários
Caminhou pelo frescor das matas molhadas,                          
E pela silhueta do sol descortinando claridades                  
Tremeu com os ecos surdos dos habitantes das cavernas ,
Viu o brilho nos olhos dos bichos                          
Contemplou borboletas desenhando sóis nas vidraças da manha
Sentiu-se leve
 Emocionou-se com as mães preparando os filhos para o futuro incerto. Pouco descreu
Seguiu o canto amadurecido dos pássaros
Refletiu sobre os corredores estreitos da fé
Acreditou nas promessas dos sentimentos
Que vivem nos desvãos inalcançáveis da alma
Orientou-se pelas luzes das estrelas   
Cortou-se no gume da iniqüidade
Desejou o calor dos corpos unidos e se consumiu pela sedição das bocas insatisfeitas

Imolou-se
Reconstruiu-se
Ungiu-se da força das marés a debulhar ondas na areia
Desobedeceu a austeridade da natureza e procurou a felicidade
Com os olhos distantes
Viveu, sobretudo, a desordem do amor 
Atingiu píncaros e amargou-se
Nunca foi feliz!
Desposou a mulher dos vencidos
Caminhou não se sabe para onde.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 16/11/2010
Reeditado em 16/11/2010
Código do texto: T2619494
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