NÃO CHOVA CHUVA!
NÃO CHOVA CHUVA!
Dói alma despedaçada em pétalas
espremidas no sangue
sem cor o dia morto.
Lágrimas do rio
caminham o nada,
engolindo a dor sem forma
craqueando pensamentos.
Queima fogo no deserto disforme
da areia facetada.
Dói sem dó,
por seres farelo
desgarrado do pão.
Por não saberes dizer não,
porque o mundo
é esse dia nublado pedindo perdão
por acontecer.
Não chova chuva, pois que me desfaço.
Dolorido delírio incandescente
da esperança agreste,
sem pão,
sem água.
Discretamente bate à porta,
perfume incrédulo
fugido do mundo,
olhei-o
com força,
ouvi o estampido
e não sabia mais..
havia morrido?
RJ – 30/06/2006
Ivy Gomide
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