DESLIZANDO O POEMA
DESLIZANDO O POEMA
Desisti de entender
a incompetência.
As estrelas que habitam
meus dedos
amaciados
no sabor
de frutas silvestres,
recusam-se aceitar
delírios tóxicos
de imbecilidades.
Tripas, alma, rins,
entram em pânico
metralhando
um organismo
necessitado de ser.
E o coração
em pranto, acalma-se
hipnóticamente com
as letras que aportam
a ponta da língua,
feito açúcar
deslizando
o poema
deitado na alma.
Preciso de ti, menino
palavra.
Vem e dorme
na cama verde água
de meu pensamento,
acorda com bocejos
e senta meu teclado
lambendo beiços.
Abre a boca lânguida
e diz a quem quiser ouvir,
que és tu
quem estanca feridas
sangrentas do soco
que na vida há!
RJ – 17/06/2006
Ivy Gomide
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