Desatino
O desatino do destino é a dor preparatória da morte
Que deixa o ser desalentado a sorte a vida oferecer,
Calado, talvez moribundo na escuridão
Frente ao futuro que um dia poderá acontecer.
Antes da sentença do juizo final que ainda não foi dada
Persiste a cilada da vida, alegre ou quem sabe aborrecida...
Nada se perderá saber antes de qualquer ato concretizar
A emoção e o prazer do amor pela vida serão propagados.
O pensamento é como tarrafa emergindo do fundo do mar
Cujo pescador horrorizado tenta usar repelente
Sem ter, para dos insetos se defender. E a mágoa
Que rumina no peito está sujeito a desaparecer.
A calmaria, que um dia fora desfeita, vem à tona
A vida se soma para o espaço sideral percorrer
Com flores perfumadas, no mundo do nada
Exalando jasmim, no céu sem ânsia trazendo
Esperança que não foi feita para eu dizer.