Sem sentido

É então que ouço o pendular de seu silêncio

E te refaço ao som da chuva

Para que dos traços enleados saia a rubra chama

Crebiando os lírios, os passos e os liames

O clarão desvirtua o plácido recanto

E a noite escura que me alenta a insanidade

Se torna frágil quando imperada pelo teu olhar

Que penetra a letargia e me faz delirar

Talvez o pendor venha da mesmerie dos semelhantes

Mas inprecisas são as linhas da demente realidade

Que pisa com anarquia e espanta a salvação

Talvez o pendor venha da triste verdade que nos condena

Mas que a pasma flor se desmantele

E de seus quadros se façam a tinta

Desenhe o vento

Respingue o esplendor

E derrube a dantesca certeza

E nos desprave com sua sublime beleza

Pois as noites sempre serão suas

Pois o fogo que lhe torna divina

Reina sobre a luz e sobre a dor

E refugia o sinistro torvo com seu fulgor

The Walker
Enviado por The Walker em 26/12/2010
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