Apenas uma passagem

O mesmo tempo que te liberta,

Será o mesmo que te consumirá.

Tua alma que já não é concreta,

Pelas agonias da vida sucumbirá.

Prova disto é tua face

Cujo espelho denuncia o desgaste.

Tua alma que jamais foi rara

Descobre que o tempo, inexorável, não para.

Tua calma que já foi natural

Com o passar do tempo torna-se banal.

Você que já esbanjou o tempo

Hoje, passa a vê-lo com descontentamento.