POESIA DO COTIDIANO

Se obstinadamente

Me aborrece o dia a dia

Ignoro a silenciosa magia

Que transforma a noite em dia

E faz brotar em mim a poesia.

Compreendo vivenciando

Que mesmo parecendo igual

Tudo se renova, tudo se recria!

Nas ondas ascendentes,

Nas dobras escondidas

Do ordinário dia a dia

Loucura e calmaria...

Que incide em paralelo:

A aceleração do tempo

Onde a massa se atropela

E acredita ser normal

Viver sem perceber

Os detalhes fascinantes

Do corriqueiro, do banal

Só os loucos, poetas e apaixonados

E uns poucos apreendem o que é:

O tempo desacelerado

Que lenta e sucessivamente

Num ‘time’ diferente, continuum

Tempo que só se sente...

Ao parar, respirar e observar...

Verbos, ações simplesmente,

Que no entanto,

Torna encantador o cotidiano

Que outrora me aborrecia

E que, pela simples mudança de foco

Transforma minha rotina em poesia.

Obs.: ins'pirado no livro "Parem de falar mal da rotina" de Elisa Lucinda, maravilhosa multiartista capixaba, atriz e poeta magnífica, boa leitura, eu sugiro!

Zeni Bannitz
Enviado por Zeni Bannitz em 24/01/2011
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