Tristes olhos cor de mel,
Entalha a alma, tal qual cinzel,
Redigindo-a, como em papel,
Fazendo-a de fardel.
 
Lábios risonhos, de ti divergem.
Simulam cantando que se divertem,
Talvez do jugo te libertem.
Desejam enganar-te, mas não conseguem.
 
O coração, teu leal companheiro,
Como tu, vives em aguaceiro,
Tentando deixar o atoleiro,
Mas, não é muito ligeiro.
 
Entrega às ondas de teu mar,
Frias tempestades a te embargar.
Solitário a se refugiar, quase desesperar,
Sem saber o quê procurar, em quê acreditar.
 
Acaso seja a tua senda,
Um jeito de corrigenda,
Em tuas páginas amarelentas.
 
Quem sabe entrem razões nesta fenda,
E que um dia tu compreendas,
O que a vida te intenta.
 
Tristes olhos cor de mel
Não proves este fel.
Se abstenha, não sejas cruel,
Com este coração que te é fiel.



   
Susely
Enviado por Susely em 25/01/2011
Código do texto: T2751948
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