A Caneta

Era só uma caneta

Dependente de mãos

Que a carregassem

E imagens e palavras

Que a fizessem sentir viva.

Era sujeita a viver o amor

A golpear inconseqüente

Ou simplesmente ser habituada

Quando já não se tinham alternativas

Àquele inconsciente.

Era como outra qualquer

Criada com identidade clonada

A milhões de concorrentes

Que iam aos escritórios e escolas

Ou em qualquer jogada.

Era uma caneta sem sonhos

Ao relento de desejos humanos

Que em seus rabiscos

Recriavam todos os tipos nefandos

De instintos e civilizações.

Era uma caneta

Que jamais conheceria a sapiência

Nem uma fagulha de sensações

Existia inanimada e unicamente neutra

Á devastação que causava aos corações...

Era uma pena.

Jacqueline Campos Rojas
Enviado por Jacqueline Campos Rojas em 09/02/2011
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