ALFA

Céu nublado; nuvens negras.

Pensamentos vagueiam na profundidade.

Eternidade de um segundo não vivido;

Sombra encobrindo a realidade.

Caminhando junto ao vento

Fugindo desse medo.

A multidão grita, mas não é escutada

Como um ato violento ignorado.

O momento é saturado – inconsistente...

Pelas ânsias de uma vida vaga e perturbada.

Correrias em volta... sem saída à vista.

As pessoas se ignoram... todas estão solitárias

Esperam por um milagre, contudo não são solidárias.

Sente-se a distância do amanhã,

Mesmo vivendo o agora.

A brisa toca os cabelos;

As ilusões vão-se embora

Ao se escutar o choro das crianças abandonadas

Pedindo, singelamente, para serem abraçadas

E não se tornarem adultos insensíveis

Com visões embaçadas.

O quadro se distorce com o Sol tênue

Dizendo adeus aos seus admiradores – andarilhos diários...

Dando lugar a sua noiva Lua

Para que com a chegada da noite, as mentes descansem

Da desordem das horas diurnas.

No lapso noturno, onde o sonho – portal da fantasia...

Transporte o Ser para seu próprio mundo

E ali, por um infinito instante, encontre alguma brandura...

A perdida inocência – Alegria!

Denilson Neves Rampin
Enviado por Denilson Neves Rampin em 31/10/2006
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