O SENHOR TEMPO

Só o Tempo dirá do Tempo,

se é alento,

se é vento,

e que as folhas no inverso

do verso,

controverso,

serão pura magia ou agonia.

Pois o Tempo tem o condão

da ilusão,

da emoção,

e como qualquer flor fenece,

é prece,

esmorece,

num jardim bem longe daqui.

Tempo a saudade não aligeira,

se abeira,

ligeira,

e traz ao pranto irracionalidade,

infelicidade,

vacuidade,

nos olhos rasos d’água e mágoa.

Mas o Tempo é mais que Tempo,

atento,

incremento,

que desenvolve o que envolve,

e resolve,

e volve,

ao intemporal, para todos igual.

O Tempo não espera a demora,

vai embora,

se colabora,

estica a mão e pede seu quinhão,

diz não,

é negação,

que vive entre nós, se estamos sós.

Mas o Tempo pode ser alegria,

apologia,

sincronia,

e faz do amor, aquele leve sabor,

ao dispor,

de um olor,

que é uma verdade em liberdade.

Jorge Humberto

20/02/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 20/02/2011
Código do texto: T2803640
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.