Apenas um Homem

Ao sangrar,

percebi que também era igual aos outros,

não era imortal, inabalável e perfeito como eu acreditava.

Sangrar me fez rever meus valores, conceitos e princípios.

Tive que trocá-los por novas afirmativas.

Afirmativas essas que me faziam perceber que eu não era um deus.

Estava ali parado no mais alto monte,

a olhar todos em minha volta,

via tudo por cima.

Apenas o vento forte tocava a minha face,

pessoas caminhavam em volta desse monte

e um absoluto silêncio pairou sobre o ar.

Fiquei impaciente naquele momento,

pois me senti sozinho.

Sim! senti-me sozinho em meio a tantos que estavam ali.

De repente o silencio foi quebrado

um vento agora uivante e tenebroso cortava o ar,

trazia consigo aquelas palavras que me fizeram sangrar.

Sangue e lágrimas rolaram,

palavras afiadas conseguiram abalar-me.

Destruiram aquela estrutura que parecia torres de uma fortaleza.

Caí!!! É! realmente caí,

Porem, conseguir levantar-me.

Hoje, com feridas saradas

não tenho mágoas, não tenho ódio,

tenho apenas gratidão.

Pois me fizestes perceber que não sou diferente,

tenho um coração que sangra e que também morro, pois,

sou apenas um

HOMEM.

Ivanildo Cavalcante

NillCavalcante
Enviado por NillCavalcante em 23/03/2011
Código do texto: T2866505
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