Apenas um Homem
Ao sangrar,
percebi que também era igual aos outros,
não era imortal, inabalável e perfeito como eu acreditava.
Sangrar me fez rever meus valores, conceitos e princípios.
Tive que trocá-los por novas afirmativas.
Afirmativas essas que me faziam perceber que eu não era um deus.
Estava ali parado no mais alto monte,
a olhar todos em minha volta,
via tudo por cima.
Apenas o vento forte tocava a minha face,
pessoas caminhavam em volta desse monte
e um absoluto silêncio pairou sobre o ar.
Fiquei impaciente naquele momento,
pois me senti sozinho.
Sim! senti-me sozinho em meio a tantos que estavam ali.
De repente o silencio foi quebrado
um vento agora uivante e tenebroso cortava o ar,
trazia consigo aquelas palavras que me fizeram sangrar.
Sangue e lágrimas rolaram,
palavras afiadas conseguiram abalar-me.
Destruiram aquela estrutura que parecia torres de uma fortaleza.
Caí!!! É! realmente caí,
Porem, conseguir levantar-me.
Hoje, com feridas saradas
não tenho mágoas, não tenho ódio,
tenho apenas gratidão.
Pois me fizestes perceber que não sou diferente,
tenho um coração que sangra e que também morro, pois,
sou apenas um
HOMEM.
Ivanildo Cavalcante