O Tempo


Não há dinheiro que o compre,
não há amarras que o prenda.
Triste ironia de um fato,
sempre o vendemos barato
para a ganancia feroz,
e presos a ele somos
vítimas de implacável algoz.

Conseguimos, em modelos, conta-lo,
imaginando-o grãos de vida confinados 
em ampulheta, a esvair-se,
como sangue nos circuitos fechados
transportando, da vida, matérias
em movimento preciso e constante
pelas nossas veias e artérias.

Fria contagem de sistemas
para querer o tempo entender,
mania que temos por teoremas
para o que julgamos "conhecido",
e do medo do "desconhecido"...