Um algo ou alguém

A vi poucas vezes

Vistas de relance e disfarce cego

Silêncio e solidão nas suas palavras

Distanciamento e paragem em sua feição

Quantos tormentos duvidosos...

Emanam de sua face

E quanto uma face pode revelar tanto sentimento.

Soube em sublime tormento

Que já é compromissada

Mas como é branca,

Púrpura e delgada

Virginal aparição...

Capítulo de romance de Assis

Conto maravilhoso de Graciliano

Poema eterno de Camões

Crônica póstuma de Ponte Preta

Artigo nostálgico de Lya Luft

Ó feição amada...

Feição querida e idolatrada

As feições que me apresentam

São poucas, porém eternas

Cada vez que a vejo

Sinto um ardor utópico

Fruto de sublimes fachadas

Náuseas de loucuras mórbidas

E curas de que já não saram.

Olavo Barreto
Enviado por Olavo Barreto em 04/04/2011
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