A Arca de Noé

Vejo o pato

No compasso

Estipulado pelo Criador

O urso passa

Sem amarras

Submetido ao Senhor

Olha o macaco

Descompensado

Totalmente calmo

Deus está mesmo neste barco

O leão manso

Deita em descanso

Aguardando a saída da embarcação

O gato pula

Foge da água

Que cairá sobre a nação

O rinoceronte

Todo grandão

Sem pestanejar

Sacoleja o corpo até chegar

Elefante

Como dantes

Lentamente posiciona-se

Afinal todo atento

Sabe que vem muita água pela frente

Cachorro, gato,leopardo e sapo

Avestruz, elefante, aguía e macaco

Ursos variados,dromedário, leopardos

Boi, búfalo, cobra, répteis todo tipo de lagarto

Entram na arca alertados pela voz do Deus

Que um dia os havia criado

Fecha a porta do lado de dentro

Todos os animais vertebrados e invertebrados

Noé e sua família

Do lado de fora multidões de seres humanos

Que se julgam ajuizados

Que se intitulam racionais

O dilúvio vem como declarado

Humanos se debatem aglomerados

Não ouviram o chamado

Que até os animais invertebrados ouviram

Humanos exterminados

Enquanto todas as espécies de animais irracionais

Sobrevivem com seus pares...

Diga-me pois, quem pensa afinal

Pois se até o animal

Compreende a voz de Deus e do seu dono

Porque a humanidade insiste em fazer-se de surda

“O boi conhece o seu dono

o jumento a sua manjedoura

mas o meu povo não me conhece

Diz o Senhor dos exércitos“

(is.1)