Para quando declinar minha esperança
Coragem, meu coração,
reveste-te de mantos estóicos
e pondera, no auge da dor,
quando seus sustentáculos
e enlevos partirem como
finos cristais, e olha
adiante, não para um horizonte
de falsas esperanças onde
só habitam os murmúrios de
equívocas realizações,
mas para aquele confluir
onde as nobrezas ainda
fulgem como esteios, e
onde nunca se rompem os
calores que preenchem nossos
calafrios, pois sabes, como
summum de todas as ânsias e
expectativas vividas,
que o flagelo do amor
somente está reservado
para aqueles que de fato
ainda possuem, no seu íntimo
e no seu silêncio invelado,
a dádiva de um coração
pulsante, coroado dos
rigores da vida...