O QUE ESCREVO
Posso dormir mil sonhos,
despertar a insônia
ou acordar sozinha.
Afinal, nunca foi minha
a poesia derramada
numa manhã que eu não vivi.
Posso anoitecer com as estrelas,
procurar mil luas e me perder na cidade.
Posso celebrar por mil dias
essas tantas fantasias
vestidas de realidade.
Posso outras tantas mil vezes,
repetir meus temas em poemas quase iguais.
Posso porque em meus escritos,
mesmo não sendo bonitos,
são meus e de ninguém mais.