O eu

Vejo constantes espelhos de mim

de quem eu era e sou;

sempre me pergunto:

e agora?

Mas sei que quero ser algo assim, leve e flutuante

como, às vezes, ainda consigo ser!

Mesmo se encontrasse o fim do mundo e usasse todas as minhas máscaras, mesmo assim, ainda seria eu, eu e mais eu...

ainda que não conheça esse persistente eu.

Fiz tantas viagens ao fundo de mim

e nunca o meu eu descobri. O que encontrei?

Loucuras infinitas, tantas coisas absurdamente inúteis e medíocres...

mas o mais incrível é que, ainda assim, pego-me,

vez ou outra, à procura delas...

E, por isso, vejo traços de loucura em mim e em todos!

Poderia fazer tantas coisas,

descrever as formas do céu

ou cantar o canto dos pássaros...

mas nunca desvendar o eu,

o persistente eu,

o invencível eu...

Khall Alves
Enviado por Khall Alves em 14/05/2011
Reeditado em 27/08/2014
Código do texto: T2970274
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